sábado, 29 de junho de 2013

Resumo do mês de Junho

Ao realizar uma palestra para jovens estudantes de música em maio, a Casa do Escritor Pinhalense "Edgard Cavalheiro" tinha como principal objetivo, além de apresentar o funcionamento da instituição, atrair novos membros para as reuniões semanais. A intenção, ao chamar os jovens, é que a Casa do Escritor tenha um grupo que dê continuidade as atuais atividades, e felizmente a palestra deu resultado e em junho três novas pessoas passaram a frequentar as reuniões: Maria Eduarda, Alexandre e Gleici, adolescentes que já apresentaram seus trabalhos literários.

O mês de junho também foi marcado por reuniões com representantes do Departamento de Educação e o Departamento de Cultura e  Turismo, que em parceria com a Casa do Escritor, organiza a Semana Edgard Cavalheiro, que acontecerá em agosto e aos poucos tem sua programação confirmada.

A Casa do Escritor e seus membros também foram convidados, pela Câmara Municipal de Espírito Santo do Pinhal e o UniPinhal, a participarem de uma audiência pública. Com o tema Unipinhal - Um patrimônio pinhalense essencial para a região, a audiência terá como pauta uma "apresentação dos demonstrativos contábeis da Fundação Pinhalense de Ensino" e "os caminhos rumo ao futuro" e será promovida na próxima segunda-feira, dia 01 de julho, às 19 horas, no Plenário do Legislativo Pinhalense, à Rua Capitão João Batista Mendes Silva, 176, Centro.

Além disso, durante a última reunião, realizada na noite do dia 26, foi comentado que no próximo domingo, dia 30, será lembrado mais um aniversário de morte de Edgard Cavalheiro, que faleceu no ano de 1958.

No mês de julho a Casa do Escritor realizará apenas uma reunião, na próxima quarta-feira, 03, a partir das 20h, no prédio da Associação Cultural Antônio Benedicto Machado Florence. Após essa data, as reuniões serão paralisadas seguindo o calendário escolar, voltando, portanto, já no mês de agosto.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Membros - Ricardo Biazotto

Ricardo Augusto Ricetti Biazotto nasceu em Espírito Santo do Pinhal, interior de São Paulo, em maio de 1993. Membro da Casa do Escritor Pinhalense “Edgard Cavalheiro”, estreou no mercado editorial em 2011 com a publicação da antologia “Dias Contados – Vol. 2 – Contos sobre o fim do mundo”, organizada por Alex Mir e publicada pela Andross Editora. Pela mesma editora, em 2012, participou da antologia “Moedas para o Barqueiro – Vol. 3 – Contos sobre a morte”, organizada por Cristiana Gimenes.
Também foi um dos selecionados das duas primeiras edições do Concurso Literário do Escritor Contemporâneo, criado pelo escritor e editor Roberto Laaf e que resultaram nas antologias “Equinócios de Amor”, organizada por Lycia Barros, e “Amores Impossíveis”, com organização de Bianca Carvalho.
Pela APED Editora foi selecionado para integrar a antologia “Sonhos & (Pesadelos)”, organizada por Cláudio Quirino e com lançamento previsto para julho de 2013. Também em julho publicará o conto “Um Crime pela Vida” pela Amazon.
Participou também da quinta edição da Antologia Literária Pinhalense, organizada pela Casa do Escritor Pinhalense “Edgard Cavalheiro” e o Departamento de Cultura e Turismo de Espírito Santo do Pinhal.
Ainda em 2013 publicará na antologia “Amores (Im)possíveis – Contos de Amor”, organizada por Leandro Schulai e publicada pela Andross Editora.
É também autor do romance “Os Irmãos Fracalossi”, ainda não publicado, e moderador do blog literário Over Shock, onde publica seus textos e realiza parceria com autores e editoras nacionais visando divulgar a literatura e incentivar a leitura.


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sábado, 22 de junho de 2013

III Prêmio Literário Cidade Poesia

Segue abaixo o regulamento do III Prêmio Literário Cidade Poesia, apresentado pelo presidente da Casa do Escritor, João Batista Rozon, durante a última reunião, realizada em 19 de junho.

Associação de Escritores de Bragança Paulista - ASES
III Prêmio Literário Cidade Poesia

Com o objetivo de revelar e divulgar novos valores literários e, ao mesmo tempo, sedimentar a perífrase Cidade Poesia do município de Bragança Paulista, a ASSOCIAÇÃO DE ESCRITORES DE BRAGANÇA PAULISTA - SES - em parceria com a Prefeitura Municipal de Bragança Paulista, por intermédio da SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA E TURISMO DE BRAGANÇA PAULISTA - promove o III Prêmio Literário Cidade Poesia o qual no presente ano prestigiará a modalidade POESIA.

REGULAMENTO

DA PARTICIPAÇÃO
1. Poderão participar escritores brasileiros ou não, desde que os trabalhos sejam apresentados em Língua Portuguesa;

2. O tema será livre;

3. Cada participante deverá apresentar uma única poesia absolutamente inédita, assim considerada a poesia não divulgada por quaisquer meios, seja em livro único do participante ou em coletânea de vários autores, pela internet ou premiada em outro concurso literário;

4. Estão impedidos de participar os sócios da ASES (efetivos e correspondentes) e os funcionários da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Bragança Paulista;

DAS INSCRIÇÕES:
5. A inscrição deverá ser feita exclusivamente pelo endereço eletrônico asescidadepoesia@gmail.com No campo assunto, deverá constar III Prêmio Literário Cidade Poesia;

6. A inscrição deverá ser encaminhada em dois arquivos (anexos):
6.1 - ANEXO I: contendo a poesia, com no máximo 40 (quarenta) versos (linhas) digitados em Word, com título e pseudônimo, sem identificação do autor;
6.2 - ANEXO II: - contendo os dados pessoais do participantes, a saber:
         a) título da poesia;
         b) pseudônimo;
         c) nome do autor;
         d) número do RG e do CPF
      e) endereço completo (rua, cidade, estado, país, CEP (imprescindível), telefone e e-mail para contatos;
         f) breve currículo do participante.

7. Os escritores nascidos ou residentes em Bragança Paulista deverão constar no corpo do e-mail a expressão: ESCRITOR BRAGANTINO, no caso de desejarem concorrer nessa categoria;

8. Prazo final para a inscrição: 31 de julho de 2013.

DAS PREMIAÇÕES:
9. A ASES indicará uma comissão de reconhecida capacidade intelectual e idoneidade para julgamento dos trabalhos, cuja decisão será irrevogável, não cabendo nenhum tipo de recurso;

10. Serão selecionadas quarenta poesias.

11. Os três primeiros colocados serão premiados da seguinte forma:
1º lugar: R$ 2.000,00 (dois mil reais), troféu Cidade Poesia, certificado a 10 (dez) exemplares da antologia;
2º lugar: R$ 1.000,00 (mil reais), certificado e 5 (cinco) exemplares da antologia;
3º lugar: R$ 500 (quinhentos reais), certificado e 5 (cinco) exemplares da antologia;

12. Aos classificados do 4º ao 10º colocados serão atribuídas Menções Honrosas, além de 3 (três) exemplares da antologia.

13. Os demais classificados receberão 3 (três) exemplares da antologia.

14. Os participantes de Bragança Paulista concorrerão em faixa especial, desde que especifiquem no corpo do e-mail essa condição, com a seguinte premiação: Melhor poesia de autor bragantino: R$ 500 (quinhentos reais), troféu e 10 (dez) exemplares da antologia;

15. Os prêmios serão atribuídos em sessão solene em data e horário que serão divulgados posteriormente pelo site da ASES (www.asesbp.com.br) e e-mails aos classificados;

DEMAIS INFORMAÇÕES:
16. Casos de plágio comprovados, bem como a comprovação do não-ineditimos da poesia, são de inteira responsabilidade do concorrente, sendo este automaticamente excluído da seleção com as sanções legais cabíveis;

17. Os concorrentes classificados serão notificados por e-mail sobre o resultado do concurso, o qual também estará disponível no site da Associação de Escritores de Bragança Paulista www.asesbp.com.br, a partir do dia 10 de outubro de 2013;

18. O simples envio da poesia implica na aceitação total deste regulamento;

19. Informações complementares poderão ser obtidas no site: www.asesbp.com.br ou pelo e-mail asesbp@gmail.com ou, ainda, com Cida Moreira (11) 4032-7163, appmoreira@yahoo.com.br Henriette (11) 4033-3609, henriette2007@terra.com.br e Lyrss (11) 4032-0266, lyrss@uol.com.br

20. Os casos omissos serão resolvidos pela Diretoria Executiva da ASES.

Bragança Paulista, 17 de maio de 2013

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Professor de Carinho *

De José Luiz Cavutto ao amigo Professor Agostinho Ferreira
A gente vê, a gente sente
Como tudo, hoje em dia, é diferente
Não se faz mais professores
Iguais aos de antigamente.

Como tantos os que tive
No longo período escolar
Foram firmes e severos
Mas sabiam educar

A todos eles sou grato, pela sua compostura
Graças aos seus desempenhos, posso afirmar
Que hoje tenho
Uma razoável cultura

Mas todo conhecimento pode se tornar espinho
Se não receber o aluno, do professor, o carinho
Que é bálsamo nas provas, dínâmo nas decisões
Alicerce nos trabalhos, balança nas avaliações

E um coração de ternura, tão mensageira de paz
Fui encontrar, por ventura, quando já não estudava mais.
Vivendo só, sem meus pais. Morando em casa, sozinho
Por coincidência ou acaso. Fui conhecer, com atraso
O Professor Agostinho

Que já, não mais lecionava
Mas, mesmo assim, professor
Transmite por onde passa
Lições singelas de amor.

Seu jeito manso e humilde. A graça do seu falar.
Desperta tantos sorrisos. Cintilam luzes no olhar.

Agostinho, meu querido.
Ouça-me com atenção
Minha paixão é a leitura
Das Letras, não abro mão
Mas há muito o que aprender
E você, tanto a ensinar
Que lhe digo, com emoção
Que na escola que é o teu coração
Quero agora me matricular

* Poesia escrita por José Luiz Cavutto após a realização de um amigo secreto alguns anos atrás.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Membros - Gabriel Chinini

Pinhalense, comerciante, professor e formado em Psicologia, se interessa pelo estudo da mente humana e das dimensões espirituais da psique. Escritor nas horas vagas, autor de artigos e pesquisas científicas, é católico membro atuante do Grupo de Jovens Perseverança, sediado à Paróquia São João Batista, situada aqui em Espírito Santo do Pinhal.
Além disso, atualmente estuda outras línguas e está se especializando em Psicanálise aplicada à Terapia de Grupo.

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domingo, 16 de junho de 2013

Membros - Paulo Stefani Tobias

Nascido em 8 de outubro de 1976, em Espírito Santo do Pinhal, interior de São Paulo.
De família humilde, sempre trabalhou: desde garçom a auxiliar de escritório; porém nunca deixou os estudos e os livros de lado.
Hoje, com formação acadêmica em Direito, e Pós-Graduando em Processo Civil, Especialista em Mercados Derivativos, e Matemática Financeira, integrante da AAP(Associação de Atletas Pinhalense ), e associado junto a Proteste(Associação Brasileira de Consumidores), atua como Consultor Jurídico, Financeiro e Mercadológico, Professor em cursos preparatórios para concurso e Corretor de café.
Além de ter a honra de participar como integrante da Casa do Escritor Pinhalense.

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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Membros - João Batista Rozon (Presidente)

Nascido em Espírito Santo do Pinhal, estado de São Paulo, casado, pai de três filhos, é Advogado, Administrador de Empresas e Perito Judicial. No campo literário, é autor do livro “Cartas do Pensamento”, e colabora com vários jornais e revistas.
É membro das Academias de Letras: São João da Boa Vista, Cadeira nº 05 – Patrono Visconde de Taunay, Academia de Letras e Artes de Itapira, Cadeira nº 27- Patrono Dr. Eloy Franco de Oliveira, e Academia de Letras da Mantiqueira, que engloba as seguintes cidades: Amparo, Arcadas, Águas de Lindóia, Itapira e Serra Negra, ocupando a Cadeira nº 33, Patrono Edgard Cavalheiro. É presidente da Casa do Escritor Pinhalense “Edgard Cavalheiro”, e membro da Loja Maçônica “16 de Abril” e participa da diretoria de várias entidades filantrópicas e clubes da cidade. Já participou como jurado em vários concursos literários em Escolas e Faculdades.

Outros dados:
Telefone: (19) 3651-3028
Celular: (19) 91587767
E-mail: rozon@dglnet.com.br

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segunda-feira, 10 de junho de 2013

16 de abril - Libertação dos Escravos no Município de E.S.Pinhal-SP

Não poderiam ter sido mais felizes os fundadores da novel Loja Maçônica 16 de Abril na escolha de sua denominação, porque 16 de Abril, uma data de Liberdade, ficou gravada indelevelmente na história pinhalense, fruto desse grande movimento libertário que foi o abolicionismo. Obra essa eminentemente maçônica.

A maçonaria, cumprindo a sua elevada missão de lutar pela reivindicação dos direitos do Homem, de batalhar pela Liberdade, apanágio sagrado do Homem, empenhou-se, sem desfalecimento, sem temor, pela emancipação dos escravos.

Senão vejamos:
Primeiramente a ação da Maçonaria contra o comércio dos escravos. O comércio da escravatura teve sempre a oposição maçônica em todos os paises.

Pode-se afirmar com segurança, que sua interdição na Inglaterra, Holanda, Suécia, Dinamarca, Portugal, Espanha, como afinal no Brasil, foi obra de estadistas maçons e da grande influência que exercia a instituição maçônica junto as cortes mais importantes da Europa do Novo Mundo.

Senador Euzébio
A lei proibindo o tráfico de escravos para o Brasil, sancionada a 04/09/1850, foi de autoria do maçom Euzébio de Queiroz Coutinho Matoso Câmara, o senador Euzébio, reforçado por um decreto aprovado em 1853, graças à infatigabilidade do maçom Nabuco de Araújo. Essa luta, sempre estava em pauta na imprensa, publicada por maçons, no Parlamento.

Já em 1831, na sessão da Câmara de 16 de junho, os Deputados Ernesto e Antonio Ferreira França, pai e filho, ambos maçons, apresentaram um projeto sobre a questão dos escravos, que estava assim redigido:

1º§. - A escravidão acabará no Brasil.
2º§. - Os escravos da nação são livres já.
3º§. - Os mais como se segue: no 1º. ano da data desta lei, os senhores libertarão cinquentavo dos respectivos escravos, no 2º. quarenta e noveavo, no 3º. quarenta e oitavo, e assim por diante, desprezadas as frações.

Em 1866, o maçom Pimenta Bueno, Marquês de São Vicente, concluiu cinco projetos com referencia a emancipação dos escravos.

Em 1870 a Maçonaria teve uma atitude culminante comprobatória dos seus elevados propósitos quando a Loja América, aprovou o projeto de Abolição de autoria do Irmão Rui Barbosa, que trazia em seu âmago uma forte condição e inclusive severas punições aqueles que não cumprissem ou não aderissem ao movimento de liberdade, movimento este que previa inclusive escolas, adaptação da sociedade e um amparo todo especial aos libertos, principalmente as crianças filhos dos escravos em questão.

Em setembro de 1871 a Lei do Vente livre - foi inspirada no projeto de Rui Barbosa.

Em 27/09/1871, Rio Branco apresentou o projeto ao Parlamento, que aprovado, foi cognominada sessão das flores, porque o povo que enchia o recinto, cobriu de flores o Visconde do Rio Branco, então Grão Mestre da Maçonaria.

No dia seguinte, a Princesa Regente, sancionou a Lei que recebeu o nº. 2040 cuja emenda dizia o seguinte..(trechos)

“...Declara de condição livre os filhos de mulher escrava que nascerem desde a data desta lei, liberta os escravos da Nação e outros e providencia sobre a criação e tratamento daqueles menores e sobra a libertação anual de escravos...”

Gostaríamos de escrever mais, pois há muita história e luta que vale a pena realmente publicar, dado a extensão, vamos falar um pouco de nossa história local, o 16 de Abril:

Aqui em E.Pinhal, também fervilhavam as ideias abolicionistas.

Barão de Mota Paes
Em fevereiro de 1888, convocados pelo Barão de Mota Paes, reuniram-se no Paço desta cidade, os fazendeiros senhores de escravos e sob a inspiração daquele ilustre varão, resolveram dar liberdade aos seus escravos, tendo ficado aprazado este grande evento para o dia 25 de dezembro, em homenagem a data que recordava a chegado ao nosso planeta desse enviado Divino, o nosso Senhor Jesus Cristo.

Impacientemente, dominado que estava por aquele alevantado ideal, o Barão de Mota Paes, não esperou a época convencionada e libertou imediatamente os seus escravos, tendo sido acompanhado nesse seu benemerente gesto por seus numerosos parentes e amigos, também’ proprietários de escravos.

Pouco tempo depois esse magnífico exemplo era seguido por outros senhores de escravos e a 16 de Abril de 1888, foi definitivamente abolida a escravidão neste nosso querido Espírito Santo do Pinhal, 28 dias antes da assinatura da Lei Áurea, pela princesa Izabel.

Considerando o vultoso capital que representavam os escravos, compreenderemos as palavras de Joaquim Nabuco S.S.o Papa: “ Não houve no mundo exemplo de humanidade de uma classe, igual a desistência feita pelos brasileiros dos seus títulos de propriedade escrava.”

Esse galardão de glória dos fazendeiros pinhalenses que libertaram espontaneamente os seus escravos há 110 anos passados, na data de 16 de abril, reverenciamos hoje memória daqueles vultos do passado, que colocando seus sentimentos cristãos acima dos seus interesses econômicos, escreveram uma página imorredoura da história pinhalense.

Fato histórico que no Museu “ Dr.Abelardo”. V.César, encontra-se um exemplar do “ Correio Brasiliense” editado em português em Londres, no tempo do nosso segundo Império, que apresenta uma nota extraordinária qual seja a existência em E.Pinhal, de um curso para “ alfabetização de escravos “instalado na fazenda de um munícipe”.

Ainda, que da população de 5.247 habitantes na época, sendo 334 escravos homens, 105 mulheres. Dos ingênuos 73 homens e 105 mulheres. Brasileiros 4.902, estrangeiros 315.

Destacamos ainda a participação ativa do então Vigário de Montenegro, Dr.José’ Almeida Vergueiro no processo de libertação geral dos escravos em nosso município.

Maio de 2013
JOÃO BATISTA ROZON – A.R.L.16 DE ABRIL (PRESIDENTE)

16 de Abril de 1888 - Libertação dos Escravos
Complemento natural da abolição da escravatura em nosso país foi a Proclamação da República. Estes dois acontecimentos vieram consolidar a nossa independência proclamada no dia 7 de Setembro de 1822, nas margens do Ipiranga.

Esta sucessão de fatos, de relevante importância para a vida política, econômica e espiritual do Brasil, trouxe um corolário de bens de valor incalculável: a emancipação da tutela portuguesa, que já se nos fazia pesada; a abolição da escravatura, que enodoava os nossos foros de povo civilizado; a substituição de um regime que, maduro na filosofia das nações, vinha sendo varrido do mundo político desde o advento da Revolução Francesa.

O país todo ansiava, a despeito da veneração que tributava ao velho Imperador, o ilustrado D. Pedro II, por um regime de liberdade e de fraternidade. Apesar de muitos pinhalenses terem sentido a irradiante influência desse ancião de longas barbas brancas, por ocasião da visita que fez à fazenda Nova Louzã, em 16 de Setembro de 1876, os adeptos do governo republicano tornavam-se cada vez mais numerosos, pregando abertamente os postulados do regime criando em 15 de Novembro de 1889.

O Dr. José de Almeida Vergueiro, grande abolicionista, na memorável sessão da Câmara verificada em 7 de Janeiro de 1888, propôs à edilidade oficiasse aos lavradores do município, convocando uma reunião para o dia 2 de Fevereiro, quando seria tratada a libertação dos escravos existentes, em número de 1035.

A reunião teve lugar no dia mencionado, obtendo a proposição a aquiescência de todos, ficando marcado para 16 de Abril de 1888 para a proclamação da libertação dos escravos existentes no município de Pinhal.

No dia 16 de Abril de 1888, grandes festejos populares comemoraram o magnífico acontecimento que se verificava precisamente vinte e oito dias antes da abolição da escravatura em nosso país, vinte e oito dias antes que a princesa D. Isabel, a Redentora, sancionasse a lei abolindo no Brasil o regime da servidão.

O ato de D. Isabel, de grande relevância, marcou para sempre o ocaso do Império.

Se não tremeram os agricultores de Pinhal, sacrificando os seus interesses em favor da liberdade dos escravos, também não tremeu a augusta não que assinou a lei libertadora, porque as cenas da escravidão com seus horrores e as idéias liberais em marcha já haviam sentenciado a morte da monarquia no Brasil.

Em maio de 1888, após o dia da abolição, o vereador Luiz Bernardes Staut, justificando uma indicação no sentido de ser dada a denominação de "Barão da Motta Paes" a uma das vias da cidade, proferiu na Câmara um longo discurso, que assim terminava:

"... o Exmo. Sr. Barão da Motta Paes foi o primeiro que, entre nós, restituiu imediatamente a liberdade aos seus numerosos escravizados, arrastando consigo a sua numerosa família e numerosos amigos; e tudo fazendo para que se proclamasse no dia 16 de Abril do corrente ano a libertação total do nosso município. Se ele tanto fez e se a ele tanto devemos, é justo que provemos a nossa gratidão dando à rua da Independência o nome de - Rua Barão da Motta Paes".

E assim foi feito.

sábado, 8 de junho de 2013

3º Clube do Livro "Edgard Cavalheiro" - O Cortiço (Aluísio Azevedo)

Publicado originalmente em 1890, O Cortiço, escrito por Aluísio Azevedo, é considerado o principal livro do naturalismo no Brasil e representa bem a então sociedade brasileira, que aos poucos se tornava mais diversificada com a presença dos imigrantes, como portugueses e os italianos, mas também tinha os representantes dos negros, mulatos e burgueses. A maioria deles com um objetivo em comum: a ambição por dinheiro e poder.

Devido sua importância, O Cortiço é constantemente cobrado em vestibulares, o que motivou sua escolha para o debate do 3º Clube do Livro "Edgard Cavalheiro", realizado na noite de sábado, 01, no prédio da Associação Cultural Antônio Benedicto Machado Florence.

Contando com a presença de oito pessoas, o encontro se iniciou com um resumo da vida de Aluísio Azevedo, que viveu 55 anos e também é autor dos livros O Mulato e Casa de Pensão. Ainda na primeira parte do encontro, foi comentado sobre as ideologias filosóficas presentes nas obras do naturalismo, citando inclusive Sigmund Freud. Ainda sobre o movimento literário, foi lembrado que, diferente do romantismo, o naturalismo tinha a missão de mostrar a realidade sem qualquer tipo de ilusão.

Ao iniciar o debate sobre O Cortiço, muito se falou sobre o fato de não existir um protagonista na obra, já que o próprio cortiço, de propriedade de João Romão, é o "personagem" que mais se destaca, pois além de assistir a tudo o que acontece com os moradores do local, ainda passa por um desenvolvimento, vivendo altos e baixos ao longo de toda a obra.

Seguindo questões presentes na 8ª edição de O Cortiço lançada pela editora Martin Claret, o debate prosseguiu e os participantes comentaram ainda sobre a desigualdade retratada por Aluísio Azevedo, que mostrou o dia a dia de pessoas com vidas distintas, mas com características semelhantes.

Além disso, foi comentado sobre o zoomorfismo, que compara o ser humano com animais e é uma das principais marcas do naturalismo. Nesse caso, o autor retrata o instinto humano das personagens, que não se importam em agir como animais para ir em busca de seus interesses pessoais.

O Cortiço também pode ser considerado um livro que de alguma forma tentou quebrar tabus, por isso o relacionamento homossexual não poderia ser deixado de lado, assim como as características narcisistas e a individualidade presente na obra.

No fim, foi feita uma comparação com a obra Estação Carandiru, vencedora do Prêmio Jabuti em 2000, e com tudo aquilo encontrado por Drauzio Varella em sua experiência no Complexo Penitenciário do Carandiru durante seu trabalho voluntário de prevenção à AIDS que resultou no livro. Ao fazer essa comparação foi levantada a questão: o cortiço, como encontramos na obra de Aluísio Azevedo, ainda existe nos dias de hoje?

Após breve debate sobre a questão, foi decidido detalhes do próximo encontro do Clube do Livro, que será realizado no próximo dia 29. Com o tema "De Shakespeare à Sparks: Amores (Im)possíveis na literatura", o quarto encontro aproveitará o mês dos namorados para debater livros românticos, fazendo um passeio por vários títulos e autores. Também foi decidido que haverá um concurso de desenho sobre O Cortiço, que premiará dois dos melhores desenhos, repetindo o que foi feito no primeiro encontro, realizado em março. Como sempre, todos podem participar.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Resumo do mês de Maio

Sem imaginar que dias mais tarde perderiam um de seus mais importantes membros, os atuais membros da Casa do Escritor Pinhalense "Edgard Cavalheiro" realizaram na noite de 08 de maio uma visita ao profº Agostinho Ferreira, presente desde a primeira reunião da Casa, em 2000, e que se encontrava doente há vários meses.

Apesar de já muito debilitado, Agostinho falou com serenidade sobre sua vida, recordando lembranças do passado e mostrando, através do olhar, o quanto estava feliz por essa visita, que serviu como uma despedida de um grande homem e professor. Durante a visita, Agostinho concedeu uma entrevista ao blog e ainda cantou uma canção composta por ele em homenagem a cidade vizinha de Estiva Gerbi, que infelizmente não foi gravada. Ele ainda entregou uma cópia de uma poesia escrita em 1994 e pediu: "continuem trabalhando pela Casa do Escritor".

Agostinho veio a falecer no sábado, 11, após passar mal em sua residência, e isso pegou todos de surpresa, já que havia a intenção de novamente se reunir para repetir aquilo que tanto foi feito ao longo dos anos. E para prestar uma última homenagem a este membro que muito fez pela instituição, membros estiveram presentes no velório dando todo o apoio para a família enlutada e o presidente, João Batista Rozon, enviou um texto para a mídia da cidade, que foi divulgado em rádio e jornais.

Apesar da maneira como a morte de um antigo membro abalou a Casa do Escritor, os projetos atuais continuaram sendo discutidos e aconteceram as primeiras reuniões visando a organização da Semana Edgard Cavalheiro, que deve ser realizada entre 12 e 18 de agosto e incluirá o IV Pin Pin de Literatura, que tem como principal objetivo homenagear e resgatar a história de Edgard Cavalheiro.

Para também homenagear Edgard Cavalheiro, e mostrar para o pinhalense sua importância, a Casa do Escritor organizou uma palestra em parceria com os coordenadores e professores do Projeto Guri. Ministrada pelo escritor e professor Paulo Romão, a palestra foi realizada no prédio da Associação Cultural Antônio Benedicto Machado Florence e mostrou aos jovens estudantes de música a importância de um escritor e principalmente do hábito da leitura. Nessa mesma palestra, Paulo comentou sobre a música na literatura e homenageou um dos maiores gênios da arte no Brasil: Vinicius de Moraes.

Além disso, durante as reuniões também foram apresentados textos dos membros, indicações de livros e comentários sobre política, cultura e educação, que caminham juntas. A música, através de composições de José Luiz Cavuto, e a história de Espírito Santo do Pinhal, através da leitura de trechos do livro O Romance de Pinhal, escrito por Marly Bartholomei, também foram lembradas.

No mês de junho a Casa do Escritor continua com suas reuniões, que são realizadas todas as quartas-feiras, a partir das 20h, no prédio da Associação Cultural Antônio Benedicto Machado Florence.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Entrevista 3# - Thaís Rozon, João Rozon e Paulo Romão

Após as palestras realizadas na manhã e tarde de quarta-feira, 29, os representantes da Casa do Escritor Pinhalense "Edgard Cavalheiro", Paulo Romão e João Batista Rozon, e a coordenadora do Projeto Guri em Espírito Santo do Pinhal, Thaís Rozon, atenderam a imprensa presente: o jornal A Cidade e o blog da Casa do Escritor.

Em rápida entrevista, os três comentaram sobre a importância de unir instituições educacionais e culturais, sobretudo em uma cidade como Pinhal, recheada de talentos que muitas vezes não possuem a visibilidade necessária para divulgar seus trabalhos artísticos. Durante sua entrevista, o presidente João Batista Rozon ainda declarou que o investimento nas crianças, que são a maioria dos alunos na atual turma do projeto Guri, sai mais barato do que pagar "uma casa de recuperação de drogas".

Confira abaixo o resultado das entrevistas realizadas na última quarta-feira, 29:

Casa do Escritor - Como você vê a importância de passar para os alunos do Projeto Guri sobre a história da Casa do Escritor e de Edgard Cavalheiro?
Thaís Rozon - Para as crianças, a base é a leitura, né? Então eu acho muito importante as crianças conhecerem a Casa do Escritor, vê o que oferece, que não é só a leitura e sim também a arte em geral, o que é muito importante para as crianças. E elas têm que conhecer e saber o que tem de bom em Pinhal, saber de quem foi Edgard Cavalheiro, das pessoas que foram importantes para a história de Pinhal.

Casa do Escritor - E você acha que nessa turma que está atualmente no Projeto Guri podem sair novos escritores pinhalenses?
Thaís - Com certeza. As crianças são muito inteligentes e elas têm que ter oportunidade, e quanto mais oportunidade a gente dá para as crianças, mais elas desenvolvem, escrevem, e elas podem se tornar futuras escritoras.

Casa do Escritor - Como música, o que você falaria para os escritores sobre a importância da música com a literatura?
Thaís - Bom, a música é emoção, né? Então ela é uma junção. Toda música cantada você escuta um significado. A letra musical também vem de dentro do artista, então é uma forma de expressar o que ele tá sentindo, a mesma coisa com a música.

* * *

Casa do Escritor - Como escritor e presente da Casa do Escritor, você acha que os jovens do Projeto Guri vão se sentir mais entusiasmados com a arte pinhalense e com os escritores pinhalenses após essa palestra?
João Rozon - Com certeza. O Paulo Romão foi muito feliz na sua palestra e de uma maneira assim muito didática, e muito assim clara, ele colocou para as crianças o que é um escritor, a importância da literatura, da leitura na vidas pessoas e na sua formação pessoal e profissional futuramente. Então é aquela história, quem não lê, quem não estuda, hoje tá fora do mundo. 
Então eu acho que eles, nesse Projeto Guri, estão nessa iniciação musical, eu acho que é fundamental pra pessoa, pra criança pra sua formação de personalidade, porque através da música ele aprende também a disciplina,  ela melhora na sua casa, no relacionamento com as pessoas, principalmente dentro de casa com a família. E através da literatura, ele vai tornar-se um intelectual, pra estar aí galgando degraus na sua vida e futuramente tendo uma profissão e tendo êxito na vida. Então eu acho que tem tudo a ver com esse projeto que todo mundo quer, entendeu?. Nós queremos ter uma cidade feliz, uma cidade inteligente, um povo feliz, eu acho que nós temos que investir nas crianças.

Casa do Escritor - A música e a literatura estão completamente ligadas?
João Rozon - Ah, sim. A música e a literatura sempre estiveram muito ligadas e através delas, você veja, quantos cantores que através da música conseguiram vencer, tanto na era da ditadura, como em outros movimentos culturais e que consegue, através da literatura.
Castro Alves também conseguiu muita coisa através do que ele escrevia. Então eu acho que a música e a literatura estão de mãos dadas e é uma forma da gente estar passando essa mensagem e conseguir também a nossa liberdade.

Casa do Escritor - Você acredita que essa turma do Projeto Guri que hoje acompanhou as palestras pode fazer uma parceria com a Casa do Escritor e os escritores pinhalenses unindo a música e a literatura?
João Rozon - Com certeza. Nossa intenção aqui em Pinhal é juntar o Guri, a Banda Filarmônica Cardeal Leme, os grupos de coral, teatro, e ser uma coisa só, porque existe muitas associações, eu acho que cada uma tem a sua dificuldade, e acho que juntos, com um fundo municipal destinado somente pra cultura, acho que tem tudo pra dar certo. Porque tem gente que gosta de tocar violino, outro violão, agora tem gente que gosta de cantar em um coro, tem gente que gosta já de trabalhar no teatro.
Como o Paulo disse, a Casa do Escritor é uma incubadora, então a pessoa frequentando, a gente vai estar discutindo todas as possibilidades que a criança, a pessoa tem, de estar participando e revelando o seu lado artístico e contribuindo assim, não só pra com ele e pra sua família, mas com toda a sociedade, e pra isso nós temos que unirmos, ter esse fundo municipal destinado pra cultura.
Nós temos um espaço lindo em Pinhal, que é o Cine Avenida... Nós temos tudo. Acho que só depende da vontade política e eu deixo aqui o meu apelo ao atual prefeito, aos vereadores, para que colaborem nesse investimento nas crianças, eu acho que, como eu disse em uma entrevista anterior, acho que fica muito mais barato você investir hoje na criança do que futuramente você pagando uma casa de recuperação de drogas, etc, outros caminhos que você pode tomar na vida devido a falta de estrutura familiar, de estrutura de personalidade.

Casa do Escritor - Você acha que a palestra de hoje pode abrir portas para que a Casa do Escritor realize novas palestras em outros instituições educacionais da cidade ou até mesmo da região?
João Rozon - Sim, sim, com certeza. Eu gostei muito da apresentação do Paulo Romão, eu acho que é uma pessoa indicada pra estar sempre aqui do nosso lado, não é a toa que ele é sempre solicitado pra dar palestras, é um grande escritor, um grande professor.
Eu acho que a gente tem que ir nas escolas ou as escolas vir até nós para ouvir essas palestras e estar inteirando com a gente nesse projeto. Acho que a escola, a Casa do Escritor, o Departamento de Cultura, tem que ser tudo ligado. O que a gente tá planejando inclusive pra Semana Edgard Cavalheiro, o Pin Pin, que será realizado de 12 a 19 de agosto. Então é o nosso objetivo. Estar trazendo grande escritores também, exemplos de vida e dando essa oportunidade pra todos. Assim nós teremos uma cidade feliz.


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Casa do Escritor - Você acha que esse tipo de palestra, envolvendo associações culturais e a educacionais, está em falta na nossa cidade?
Paulo Romão - Com certeza. Como eu falei até pros alunos do Projeto Guri, infelizmente a gente tem inúmeros grupos culturais, nas mais diversificadas áreas, que não recebem o devido valor, não são devidamente, não reconhecidos, mas simplesmente conhecidos. A população não tem noção do tipo de projeto que existe dentro da cidade pra essas áreas, então é importante que tenha isso pra que esses grupos comecem a interagir entre si, mostrar quanto são importantes, como o seu trabalho é positivo pra cidade, e esse é um dos caminhos que a gente pode utilizar pra atingir esse objetivo.

Casa do Escritor - Fazendo parte de um grupo cultural, como a Casa do Escritor, e da educação, qual você acha que seria a solução?
Paulo - Eu acho que é esse trabalho em equipe, a gente poderia dizer até um cooperativismo entre todas as entidades, e quando falo todas as entidades não me refiro só a grupos culturais, mas escolas, até mesmo entre empresas, em atividades que podem beneficiar a todos os lados, acho que essa seria a grande chave pra ajudar a resolver os problemas que a sociedade enfrenta. Uma empresa que beneficie os alunos transformando eles em estagiários, estaria ganhando muito com isso e evitando a evasão escolar do aluno, que tem que parar de estudar pra trabalhar. Do mesmo modo, uma atividade cultural como o teatro, música, pode ajudar na divulgação de uma empresa, vai ajudar nos conteúdos da escola, porque a arte permeia todas as áreas, desde a história, filosofia, né? E do mesmo modo, o grupo cultural sai ganhando porque é mais um membro, é mais um apreciador da arte, mais alguém pra lutar por seus ideais.

Casa do Escritor - Você acredita, como palestrante, que as pessoas e os alunos que estiveram presentes vão se sentir entusiasmado pra participar das reuniões da Casa do Escritor e, além da música, trabalhar também com a literatura?
Paulo - Tanto vão, quanto comentaram, perguntaram horário de funcionamento, perguntaram das outras atividades da Associações Cultural da cidade. Eles transformaram a palestra em um verdadeiro bate-papo. Essa foi a grande marca da atividade, né? Eles mostraram mais ativos, do que simplesmente uma plateia que chega, ouve e vai embora sem ter assimilado nada. Eles mostraram que tinham interesse, que aquilo fazia parte do que eles têm por objetivos.

Casa do Escritor - Você acha possível levar esse tipo de palestra para outras escolas ou para outros grupos como o Projeto Guri?
Paulo - Sim, desde que a gente adeque sua temática, sua abordagem, como, por exemplo, pra eles foi música e literatura, mas acho que mostrar que a literatura tem a ver com a arquitetura, que tem a ver com história, com filosofia, que tem a ver com matemática, que tem a ver com dança, com teatro é totalmente fácil, porque a grande vantagem da arte é essa: ela não tem limites. Então você pode relacioná-la a qualquer assunto, a gente tem obras sobre qualquer tipo de coisa, especialmente literatura, e mostrar que a gente também pode fazer parte desses elos que a literatura tem com qualquer assunto.

domingo, 2 de junho de 2013

A emoção ao ler, escrever e ouvir

Apesar de duas artes distintas, a música e a literatura estão completamente ligadas, por isso juntas podem fazer inúmeras transformações, tanto pessoais quanto culturais. Para mostrar que com essa união a sociedade é quem mais se beneficia, a Casa do Escritor Pinhalense "Edgard Cavalheiro" recebeu na quarta-feira, 29, alunos do Projeto Guri para apresentar a palestra "Ler, Escrever e Ouvir".

Divididos em dois grupos, os alunos foram ao prédio da Associação Cultural Antônio Benedicto Machado Florence acompanhados por professores e pela coordenadora Thaís Rozon, que ao ser entrevistada revelou ser importante para as crianças saberem que a Casa do Escritor "não é só a leitura e sim também a arte em geral".

Responsável por conversar com os alunos presentes, o professor e escritor Paulo Romão comentou que sua palestra tinha, entre outras coisas, o objetivo de mostrar a importância da leitura, da profissão do escritor e de grupos que lutem pela cultura, que existem, mas que, segundo ele, "não recebem o devido valor, não são devidamente, não reconhecidos, simplesmente conhecidos".

De uma forma bem descontraída, e usando de exemplos que fazem parte do entretenimento de jovens adolescentes, Paulo disse que escrever é "uma forma de registrar", por isso a grande relação que tem com a música, que registra através de sons. Ele ainda lembrou que existem várias formas de trabalhar com e pela literatura.

Além de comentar sobre a importância da leitura e de qualquer tipo de arte, independente de como ela se manifeste, Paulo contou um pouco sobre a história da Casa do Escritor, fazendo breve citação ao blog e explicando o símbolo da instituição; a história de Edgard Cavalheiro, falando sobre sua amizade com Monteiro Lobato e os projetos idealizados quando Edgard foi presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL); e por fim de Vinicius de Moraes, poeta e músico que faz parte dos estudos dos alunos do Guri.

Feliz pelo retorno dos alunos, que transformaram a palestra em "um verdadeiro bate-papo", Paulo afirmou que é possível adequar a palestra para outras áreas além da música. "A grande vantagem da arte é essa: ela não tem limites. Então você pode relacioná-la a qualquer assunto", revelou.

O presidente João Batista Rozon também esteve presente e, ao agradecer a presença dos alunos e dos funcionários do Projeto Guri, recordou o conselho deixado pelo profº Agostinho Ferreira poucos dias antes de seu falecimento, ocorrido em 11 de maio. "Leiam, leiam, leiam e leiam", disse na ocasião.

Também em entrevista, Rozon disse que a intenção é unir "o Guri, a Banda Filarmônica Cardeal Leme, os grupos de coral, teatro, e ser uma coisa só", já que todos possuem dificuldades e "juntos com um fundo municipal destinado somente pra cultura" "tudo pode dar certo". Sobre a possibilidade dos alunos do Guri participarem de futuras reuniões, Rozon disse que "a Casa do Escritor é uma incubadora, então a pessoa frequentando, a gente vai estar discutindo todas as possibilidades que a criança, a pessoa tem, de estar participando, revelando o seu lado artístico". "Deixo aqui o meu apelo ao atual prefeito, aos vereadores, para que colaborem nesse investimento nas crianças", completou.

Ainda durante a palestra, Paulo Romão premiou alguns das crianças com exemplares de alguns livros, incluindo a Antologia Literária Pinhalense vol. 5, lançada em 2012.