Publicado originalmente em 1890, O Cortiço, escrito por Aluísio Azevedo, é considerado o principal livro do naturalismo no Brasil e representa bem a então sociedade brasileira, que aos poucos se tornava mais diversificada com a presença dos imigrantes, como portugueses e os italianos, mas também tinha os representantes dos negros, mulatos e burgueses. A maioria deles com um objetivo em comum: a ambição por dinheiro e poder.
Devido sua importância, O Cortiço é constantemente cobrado em vestibulares, o que motivou sua escolha para o debate do 3º Clube do Livro "Edgard Cavalheiro", realizado na noite de sábado, 01, no prédio da Associação Cultural Antônio Benedicto Machado Florence.
Contando com a presença de oito pessoas, o encontro se iniciou com um resumo da vida de Aluísio Azevedo, que viveu 55 anos e também é autor dos livros O Mulato e Casa de Pensão. Ainda na primeira parte do encontro, foi comentado sobre as ideologias filosóficas presentes nas obras do naturalismo, citando inclusive Sigmund Freud. Ainda sobre o movimento literário, foi lembrado que, diferente do romantismo, o naturalismo tinha a missão de mostrar a realidade sem qualquer tipo de ilusão.
Ao iniciar o debate sobre O Cortiço, muito se falou sobre o fato de não existir um protagonista na obra, já que o próprio cortiço, de propriedade de João Romão, é o "personagem" que mais se destaca, pois além de assistir a tudo o que acontece com os moradores do local, ainda passa por um desenvolvimento, vivendo altos e baixos ao longo de toda a obra.
Seguindo questões presentes na 8ª edição de O Cortiço lançada pela editora Martin Claret, o debate prosseguiu e os participantes comentaram ainda sobre a desigualdade retratada por Aluísio Azevedo, que mostrou o dia a dia de pessoas com vidas distintas, mas com características semelhantes.
Além disso, foi comentado sobre o zoomorfismo, que compara o ser humano com animais e é uma das principais marcas do naturalismo. Nesse caso, o autor retrata o instinto humano das personagens, que não se importam em agir como animais para ir em busca de seus interesses pessoais.
O Cortiço também pode ser considerado um livro que de alguma forma tentou quebrar tabus, por isso o relacionamento homossexual não poderia ser deixado de lado, assim como as características narcisistas e a individualidade presente na obra.
No fim, foi feita uma comparação com a obra Estação Carandiru, vencedora do Prêmio Jabuti em 2000, e com tudo aquilo encontrado por Drauzio Varella em sua experiência no Complexo Penitenciário do Carandiru durante seu trabalho voluntário de prevenção à AIDS que resultou no livro. Ao fazer essa comparação foi levantada a questão: o cortiço, como encontramos na obra de Aluísio Azevedo, ainda existe nos dias de hoje?
Após breve debate sobre a questão, foi decidido detalhes do próximo encontro do Clube do Livro, que será realizado no próximo dia 29. Com o tema "De Shakespeare à Sparks: Amores (Im)possíveis na literatura", o quarto encontro aproveitará o mês dos namorados para debater livros românticos, fazendo um passeio por vários títulos e autores. Também foi decidido que haverá um concurso de desenho sobre O Cortiço, que premiará dois dos melhores desenhos, repetindo o que foi feito no primeiro encontro, realizado em março. Como sempre, todos podem participar.
Contando com a presença de oito pessoas, o encontro se iniciou com um resumo da vida de Aluísio Azevedo, que viveu 55 anos e também é autor dos livros O Mulato e Casa de Pensão. Ainda na primeira parte do encontro, foi comentado sobre as ideologias filosóficas presentes nas obras do naturalismo, citando inclusive Sigmund Freud. Ainda sobre o movimento literário, foi lembrado que, diferente do romantismo, o naturalismo tinha a missão de mostrar a realidade sem qualquer tipo de ilusão.
Ao iniciar o debate sobre O Cortiço, muito se falou sobre o fato de não existir um protagonista na obra, já que o próprio cortiço, de propriedade de João Romão, é o "personagem" que mais se destaca, pois além de assistir a tudo o que acontece com os moradores do local, ainda passa por um desenvolvimento, vivendo altos e baixos ao longo de toda a obra.
Seguindo questões presentes na 8ª edição de O Cortiço lançada pela editora Martin Claret, o debate prosseguiu e os participantes comentaram ainda sobre a desigualdade retratada por Aluísio Azevedo, que mostrou o dia a dia de pessoas com vidas distintas, mas com características semelhantes.
Além disso, foi comentado sobre o zoomorfismo, que compara o ser humano com animais e é uma das principais marcas do naturalismo. Nesse caso, o autor retrata o instinto humano das personagens, que não se importam em agir como animais para ir em busca de seus interesses pessoais.
O Cortiço também pode ser considerado um livro que de alguma forma tentou quebrar tabus, por isso o relacionamento homossexual não poderia ser deixado de lado, assim como as características narcisistas e a individualidade presente na obra.
No fim, foi feita uma comparação com a obra Estação Carandiru, vencedora do Prêmio Jabuti em 2000, e com tudo aquilo encontrado por Drauzio Varella em sua experiência no Complexo Penitenciário do Carandiru durante seu trabalho voluntário de prevenção à AIDS que resultou no livro. Ao fazer essa comparação foi levantada a questão: o cortiço, como encontramos na obra de Aluísio Azevedo, ainda existe nos dias de hoje?
Após breve debate sobre a questão, foi decidido detalhes do próximo encontro do Clube do Livro, que será realizado no próximo dia 29. Com o tema "De Shakespeare à Sparks: Amores (Im)possíveis na literatura", o quarto encontro aproveitará o mês dos namorados para debater livros românticos, fazendo um passeio por vários títulos e autores. Também foi decidido que haverá um concurso de desenho sobre O Cortiço, que premiará dois dos melhores desenhos, repetindo o que foi feito no primeiro encontro, realizado em março. Como sempre, todos podem participar.
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