terça-feira, 9 de julho de 2013

Filhos da Terra Paulista

Associação Cultural Antônio Benedicto Machado Florence e Casa do Escritor (Clube do Livro) “Edgard Cavalheiro” apresentam:

Homenagem aos combatentes na Revolução Constitucionalista de 1932

Nove dias do longínquo julho de 1932: o dia em que tudo começou. Enquanto para alguns é apenas uma data, para nós é o início de mais um capítulo da nossa história. Uma história que nos dá motivo para bater no peito e gritar com orgulho: somos paulistas! Um grito que ecoa pelas memórias do passado; pelas atitudes do presente; e pela certeza de um futuro marcante. Isso faz parte do povo paulista; da nossa gente!

Nas lembranças dos mais velhos, aquele sábado de 32 foi apenas o estopim de uma revolução que se originou semanas antes, quando as tropas do então governo assassinaram Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, hoje Heróis da Pátria. Nas páginas dos livros, uma data para deixar viva a memória desses quatro jovens e de tantos que morreram por uma causa: a promulgação de uma nova constituição para o Brasil.

Esse desejo por mudança foi o resultado de uma série de acontecimentos da década anterior, porém a Revolução de 30 foi o ápice de enormes manifestações contra o Golpe Militar que impediu a posse do paulista Prestes e acabou com o nosso direito de liberdade. Queríamos o fim de uma ditadura que ignorava as funções do poder Legislativo e por isso as armas foram levantadas.

Tinha início uma luta por um bem maior e contra 100 mil homens do governo nacional, pouco mais de dez mil combatentes paulistas representaram uma nova nação, também conhecida como São Paulo.

Os desejos dos paulistas movimentaram toda essa pequena nação, que se mobilizou quase por completa. Isso era necessário, afinal, não havia apoio de outros estados e nem mesmo os nossos soldados, em sua maioria simplesmente civis, tinham condições de sair vitoriosos. Sem armamento pesado e contra um exército gigantesco, os nossos soldados mostraram a bravura de ser paulista, algo que só nós entendemos.

Muito foi necessário, no entanto a nossa vontade de fazer com que o conflito armado valesse a pena nos ajudou a resistir por muito tempo e isso nos enche de alegria e orgulho desse estado que, mesmo depois de 32, continuou progredindo e representando a verdadeira nação chamada Brasil.

Não sou um sobrevivente, tampouco vivenciei os 87 dias de combate que resultaram na morte de centenas de pessoas. Não sou um sobrevivente, mas sou filho da terra paulista. A terra de gente guerreira, que assumiu as armas lutando por um ideal e que, mesmo derrotada, ostenta uma bandeira listrada com manchas de sangue e orgulho dos nossos soldados.

RICARDO BIAZOTTO

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