terça-feira, 19 de novembro de 2013

Lançamento do livro "Vida e Obra do Comendador Montenegro"

Acontece no próximo sábado, 23, no prédio da Associação Cultural Antônio Benedicto Machado Florence (o antigo Casarão), o lançamento do livro Vida e Obra do Comendador Montenegro - Um Lousanense visionário no Brasil, de autoria da historiadora Sônia Maria de Freitas. O evento, organizado pela UniPinhal e Florestal Jequitibá, acontece a partir das 10h.

Em seu sétimo livro, a historiadora descreve a trajetória de João Elisário de Carvalho Montenegro (1824-1915), português natural de Lousã, distrito de Coimbra, que chegou ao Brasil em 1867 e fundou em Espírito Santo do Pinhal a fazenda (atualmente bairro) Nova Louzã, onde posteriormente nasceu e cresceu o escritor Edgard Cavalheiro.

Comendador Montenegro, como ficou conhecido, marcou seu nome por possuir ideais incomuns para a época, como, por exemplo, ao usar mão de obra livre e assalariada em uma época em que ainda estava em vigor a escravatura no Brasil. Montenegro também foi o responsável pelo movimento que garantiu a chegada da ferrovia na região de Espírito Santo do Pinhal, além de ter contribuído para inúmeras obras em sua terra natal.

Além do evento de lançamento que acontece no próximo sábado, a autora também já participou de um evento em São Paulo e deve lançar a obra na Biblioteca Municipal Comendador Montenegro, em Lousã, Portugal.

Corria o ano de 1867, quando em 6 de fevereiro o imigrante português João Elisário de Carvalho Montenegro trouxe 29 pessoas de sua terra natal para fundar a Colônia Nova Louzã, nas proximidades de Espírito Santo do Pinhal-SP. Nascido na Vila da Lousã, Distrito de Coimbra, Portugal, Montenegro inovou usando exclusivamente mão de obra livre e assalariada na sua fazenda, no tempo em que o trabalho escravo e o sistema de parceria eram predominantes nas relações de trabalho no Brasil.
Homem de ampla visão, com ideias democráticas e humanistas muito avançadas para a época, fez da abolição da escravatura, da imigração e do trabalho livre e assalariado, suas principais bandeiras de luta. Apesar da resistência de alguns, sua experiência iria influenciar outros fazendeiros, contribuindo para o fim do regime escravocrata no Brasil e a vinda de mais de 3 milhões de imigrantes para São Paulo, principalmente para trabalhar na cafeicultura.
Montenegro foi pioneiro também em outras iniciativas: lançou o movimento para que a ferrovia chegasse à região de Espírito Santo do Pinhal, cuja construção facilitou e barateou o custo de transporte do café, de mercadorias, além de pessoas e ideias.
Em sua terra natal, o Comendador Montenegro participou da fundação do Hospital de São João, do Instituto D. Luís I e da primeira biblioteca pública. No Brasil, colaborou com grande soma de dinheiro para a construção do primeiro prédio da Beneficência Portuguesa de São Paulo, além do Hospital Francisco Rosas, da Santa Casa de Misericórdia de Pinhal.
A historiadora Sônia Maria de Freitas, em seu sétimo livro, Vida e Obra do Comendador Montenegro: Um Lousanense Visionário no Brasil, descreve a trajetória desse formidável português. A obra resulta de uma ampla pesquisa realizada em coleções particulares, arquivos e bibliotecas portuguesas e brasileiras. Em suas 200 páginas, a obra inclui rica documentação histórica, 120 fotografias de época, além de gráficos e tabelas.
No prefácio, o historiador Roberto Vasconcelos Martins salienta que "faltava ainda um trabalho biográfico de peso que viesse preencher essa lacuna e fazer justiça a um ser cuja existência jamais poderia cair no esquecimento (... a autora) com a sua coragem e determinação deixará para a posteridade uma obra admirável que muito honrará aos brasileiros e portugueses" - (Polo Printer, 2013).

Sônia Maria de Freitas
Doutora em História Social pela USP, Sonia atuou como pesquisadora e curadora no Museu da Imagem e do Som e no Museu da Imigração, em São Paulo. É membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Além de participar de obras coletivas, possui artigos em revistas científicas no Brasil e no exterior. Entre outros títulos, publicou História Oral: Possibilidades e Procedimentos (São Paulo, 2002), Café e Imigração (São Paulo, 2003), Presença Portuguesa em São Paulo (São Paulo, 2006); e Beneficência Portuguesa de São Paulo: Um Século e Meio Provendo Saúde (São Paulo, 2009).
Com a obra “Presença Portuguesa em São Paulo” editado pela Imprensa Oficial, recebeu prêmio da Academia Paulistana de História. Além de diploma pelos serviços prestados em prol da Comunidade Luso-Brasileira, pela Câmara Municipal de São Paulo e pelo Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo, e agraciada com medalha Comendador Pereira Queiroz pela Casa de Portugal de São Paulo, dentre várias outras homenagens e premiações.

Foto: Reprodução

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