domingo, 27 de outubro de 2013

UniPinhal reabre curso de Letras com palestra de Moacir Amâncio

O jornalista, escritor, tradutor, crítico literário e professor de Literatura Hebraica da USP, Moacir Amâncio, esteve em Espírito Santo do Pinhal na última sexta-feira, 25, participando de uma palestra no auditório da Biblioteca do UniPinhal (Centro Regional de Ensino Universitário de Espírito Santo do Pinhal).

Ganhador do Prêmio Jabuti em 1993, Amâncio voltou a sua terra natal, após participação durante a primeira Semana Edgard Cavalheiro, a convite da historiadora Valéria Torres, pró-reitora do UniPinhal. A intenção, segundo a própria historiadora, é divulgar a reabertura do curso de Letras, que volta para a universidade a partir de 2013. “O curso de Letras teve muita demanda no passado”, revelou Valéria na abertura da atividade, que aconteceu a partir das 20h.

Foto: Ricardo Biazotto
Com o tema “A Leitura, O Leitor e O Leiturista”, Moacir Amâncio abriu sua palestra contando como descobriu a existência dessa estranha palavra. Certa vez tocou a campainha de sua casa e, ao abrir a porta, se deparou com um funcionário de uma empresa de saneamento básico que estava ali para fazer a leitura do consumo. Ao olhar para o crachá do funcionário, o escritor reparou a função que esse exercia: leiturista. Após isso passou a refletir sobre a palavra por vários dias, até chegar a uma conclusão sobre o significado do chamado leiturista, que não está apenas nas empresas de água e luz.

Para o escritor, raramente nos encontramos com o leiturista, que é apenas uma peça, e como “o homem não é mais um leitor”, está apenas produzindo números. Ao explicar sua teoria, Moacir Amâncio contou que, durante sua infância e adolescência, lia de tudo e até colecionava o suplemento literário do “A Folha”, extinto jornal da cidade, mas que atualmente muitos leitores não entendem os textos considerados complicados.

Na sequência, ainda comentando sobre os textos complicados, Amâncio relembrou casos de adaptações de obras conhecidas para tornar os textos mais fáceis e incentivar os mais jovens a terem o gosto pela leitura. Sendo contra tais adaptações, ele afirmou que “o fácil não precisa ser ensinado”.

Após uma abrangente explicação sobre o tema da palestra, houve ainda a leitura do texto “A Palavra Poética”, do escritor francês Roland Barthes e publicado no livro “O Grau Zero da Escrita”. Por fim, houve uma breve discussão sobre poemas de Oswald de Andrade, Giusseppe Ungaretti e Régis Bonvicino.

Para encerrar a atividade, a pró-reitora da universidade revelou seu desejo de organizar novos encontros, com outros escritores e também profissionais de outras áreas, possibilitando debates sobre inúmeros temas, sobretudo filosóficos, culturais e políticos.

O vestibular do UniPinhal, instituição com quase meio século de existência, acontece no próximo domingo, 03, e além do novo curso de Letras, terá ainda inúmeras outras novidades, incluindo o curso de Publicidade e Propaganda.

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