domingo, 12 de maio de 2013

Entrevista 2# - Antônio Agostinho Ferreira

Durante a última reunião da Casa do Escritor Pinhalense "Edgard Cavalheiro", realizada na noite do dia 07, os membros presentes se dirigiram à casa de Antônio Agostinho Ferreira, um dos membros-fundadores da instituição, que se encontrava doente. A intenção era visitá-lo e mostrar o quanto sua presença era fundamental para a história da Casa do Escritor. No entanto, no sábado, 11, recebemos a triste notícia de que ele havia falecido após passar mal em sua residência.

Ainda durante a visita no dia 07, foi realizada uma entrevista com Antônio Agostinho, um homem que deve servir de exemplo; um homem que proporcionou um sentimento de renovação a todos que estavam presentes.

Com suas poucas palavras, professor Agostinho, como era carinhosamente conhecido, já muito debilitado e ainda assim com um sorriso no rosto e uma voz serena, proporcionou uma noite agradável e de muitos ensinamentos. Ensinamentos que serão eternos. A entrevista realizada com exclusividade para o blog da Casa do Escritor Pinhalense "Edgard Cavalheiro" seria a primeira parte de uma homenagem que estava sendo preparada para os próximos dias. Infelizmente Agostinho não poderá ver o quanto a instituição é grata por tudo o que realizou nesses quase treze anos de história, porém a homenagem, ainda que póstuma, será feita com muito carinho, começando com a seguinte entrevista:

Foto: Loriane Salvi
Casa do Escritor - Como que o senhor se definiria?
Antônio Agostinho - Pelos meus 83 anos de idade, com a graça de Deus, ainda me defino assim como se eu fosse um jovem, desculpa a expressão. Eu gosto de trabalhar. Eu trabalhei sempre, e o que ajuda o homem a andar para frente é de fato o seu trabalho, porque sem trabalho nada se faz. O trabalho engrandece a pessoa e isso é muito importante.
Eu aqui, eu ando com um andador, mas aquilo que eu posso fazer, eu faço de bom coração e com a graça divina de Deus.

Casa do Escritor - O que significa a literatura na vida do senhor?
Agostinho - A literatura é tudo, né? É tudo na vida a literatura. A literatura engrandece o espírito da gente. Porque a gente precisa saber ler, vamos dizer, ela melhora cada vez mais o nosso espírito, a leitura engrandece. A leitura engrandece.

Casa do Escritor - E a Casa do Escritor, o que significa?
Agostinho - A Casa do Escritor, vamos dizer assim, o meu pensamento... Apesar que não estou podendo ir lá (nas reuniões), mas é uma joia que jamais se desapareça, porque ali tem pessoas que sabem trabalhar e pôr pra frente então tudo o que se passa durante os livros, principalmente. Porque o livro, além de ser um passatempo, ele instrui, o livro instrui, ele aumenta cada vez mais a nossa capacidade de ser, de ser na vida, porque quem não lê, não tem conhecimento de nada. Então é necessário que a pessoa saiba ler, e compreender os assuntos.

Casa do Escritor - Quando o senhor pensa na Casa do Escritor, qual a primeira lembrança que vem na sua mente?
Agostinho - Foi quando começamos a ir na Casa Paroquial, e começamos ali a Casa do Escritor. Então a gente tá junto com o João, porque nós somos os fundadores da Casa do Escritor.

Casa do Escritor - Qual seria a mensagem que o senhor gostaria de passar pra cada um dos membros?
Agostinho - A minha mensagem é que continue trabalhando pela Casa do Escritor, que continuem fazendo seus trabalhos,  porque quanto mais se escreve, mais vai melhorando o seu ponto de vista.
No teu universo de amizades
Deixastes bela e vasta recordação
Não carregaste vaidades,
Permaneceste no bem, em tua provação
Antônio Agostinho no poema "Edna, Minha Irmã" (10/12/1994)

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