terça-feira, 4 de junho de 2013

Entrevista 3# - Thaís Rozon, João Rozon e Paulo Romão

Após as palestras realizadas na manhã e tarde de quarta-feira, 29, os representantes da Casa do Escritor Pinhalense "Edgard Cavalheiro", Paulo Romão e João Batista Rozon, e a coordenadora do Projeto Guri em Espírito Santo do Pinhal, Thaís Rozon, atenderam a imprensa presente: o jornal A Cidade e o blog da Casa do Escritor.

Em rápida entrevista, os três comentaram sobre a importância de unir instituições educacionais e culturais, sobretudo em uma cidade como Pinhal, recheada de talentos que muitas vezes não possuem a visibilidade necessária para divulgar seus trabalhos artísticos. Durante sua entrevista, o presidente João Batista Rozon ainda declarou que o investimento nas crianças, que são a maioria dos alunos na atual turma do projeto Guri, sai mais barato do que pagar "uma casa de recuperação de drogas".

Confira abaixo o resultado das entrevistas realizadas na última quarta-feira, 29:

Casa do Escritor - Como você vê a importância de passar para os alunos do Projeto Guri sobre a história da Casa do Escritor e de Edgard Cavalheiro?
Thaís Rozon - Para as crianças, a base é a leitura, né? Então eu acho muito importante as crianças conhecerem a Casa do Escritor, vê o que oferece, que não é só a leitura e sim também a arte em geral, o que é muito importante para as crianças. E elas têm que conhecer e saber o que tem de bom em Pinhal, saber de quem foi Edgard Cavalheiro, das pessoas que foram importantes para a história de Pinhal.

Casa do Escritor - E você acha que nessa turma que está atualmente no Projeto Guri podem sair novos escritores pinhalenses?
Thaís - Com certeza. As crianças são muito inteligentes e elas têm que ter oportunidade, e quanto mais oportunidade a gente dá para as crianças, mais elas desenvolvem, escrevem, e elas podem se tornar futuras escritoras.

Casa do Escritor - Como música, o que você falaria para os escritores sobre a importância da música com a literatura?
Thaís - Bom, a música é emoção, né? Então ela é uma junção. Toda música cantada você escuta um significado. A letra musical também vem de dentro do artista, então é uma forma de expressar o que ele tá sentindo, a mesma coisa com a música.

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Casa do Escritor - Como escritor e presente da Casa do Escritor, você acha que os jovens do Projeto Guri vão se sentir mais entusiasmados com a arte pinhalense e com os escritores pinhalenses após essa palestra?
João Rozon - Com certeza. O Paulo Romão foi muito feliz na sua palestra e de uma maneira assim muito didática, e muito assim clara, ele colocou para as crianças o que é um escritor, a importância da literatura, da leitura na vidas pessoas e na sua formação pessoal e profissional futuramente. Então é aquela história, quem não lê, quem não estuda, hoje tá fora do mundo. 
Então eu acho que eles, nesse Projeto Guri, estão nessa iniciação musical, eu acho que é fundamental pra pessoa, pra criança pra sua formação de personalidade, porque através da música ele aprende também a disciplina,  ela melhora na sua casa, no relacionamento com as pessoas, principalmente dentro de casa com a família. E através da literatura, ele vai tornar-se um intelectual, pra estar aí galgando degraus na sua vida e futuramente tendo uma profissão e tendo êxito na vida. Então eu acho que tem tudo a ver com esse projeto que todo mundo quer, entendeu?. Nós queremos ter uma cidade feliz, uma cidade inteligente, um povo feliz, eu acho que nós temos que investir nas crianças.

Casa do Escritor - A música e a literatura estão completamente ligadas?
João Rozon - Ah, sim. A música e a literatura sempre estiveram muito ligadas e através delas, você veja, quantos cantores que através da música conseguiram vencer, tanto na era da ditadura, como em outros movimentos culturais e que consegue, através da literatura.
Castro Alves também conseguiu muita coisa através do que ele escrevia. Então eu acho que a música e a literatura estão de mãos dadas e é uma forma da gente estar passando essa mensagem e conseguir também a nossa liberdade.

Casa do Escritor - Você acredita que essa turma do Projeto Guri que hoje acompanhou as palestras pode fazer uma parceria com a Casa do Escritor e os escritores pinhalenses unindo a música e a literatura?
João Rozon - Com certeza. Nossa intenção aqui em Pinhal é juntar o Guri, a Banda Filarmônica Cardeal Leme, os grupos de coral, teatro, e ser uma coisa só, porque existe muitas associações, eu acho que cada uma tem a sua dificuldade, e acho que juntos, com um fundo municipal destinado somente pra cultura, acho que tem tudo pra dar certo. Porque tem gente que gosta de tocar violino, outro violão, agora tem gente que gosta de cantar em um coro, tem gente que gosta já de trabalhar no teatro.
Como o Paulo disse, a Casa do Escritor é uma incubadora, então a pessoa frequentando, a gente vai estar discutindo todas as possibilidades que a criança, a pessoa tem, de estar participando e revelando o seu lado artístico e contribuindo assim, não só pra com ele e pra sua família, mas com toda a sociedade, e pra isso nós temos que unirmos, ter esse fundo municipal destinado pra cultura.
Nós temos um espaço lindo em Pinhal, que é o Cine Avenida... Nós temos tudo. Acho que só depende da vontade política e eu deixo aqui o meu apelo ao atual prefeito, aos vereadores, para que colaborem nesse investimento nas crianças, eu acho que, como eu disse em uma entrevista anterior, acho que fica muito mais barato você investir hoje na criança do que futuramente você pagando uma casa de recuperação de drogas, etc, outros caminhos que você pode tomar na vida devido a falta de estrutura familiar, de estrutura de personalidade.

Casa do Escritor - Você acha que a palestra de hoje pode abrir portas para que a Casa do Escritor realize novas palestras em outros instituições educacionais da cidade ou até mesmo da região?
João Rozon - Sim, sim, com certeza. Eu gostei muito da apresentação do Paulo Romão, eu acho que é uma pessoa indicada pra estar sempre aqui do nosso lado, não é a toa que ele é sempre solicitado pra dar palestras, é um grande escritor, um grande professor.
Eu acho que a gente tem que ir nas escolas ou as escolas vir até nós para ouvir essas palestras e estar inteirando com a gente nesse projeto. Acho que a escola, a Casa do Escritor, o Departamento de Cultura, tem que ser tudo ligado. O que a gente tá planejando inclusive pra Semana Edgard Cavalheiro, o Pin Pin, que será realizado de 12 a 19 de agosto. Então é o nosso objetivo. Estar trazendo grande escritores também, exemplos de vida e dando essa oportunidade pra todos. Assim nós teremos uma cidade feliz.


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Casa do Escritor - Você acha que esse tipo de palestra, envolvendo associações culturais e a educacionais, está em falta na nossa cidade?
Paulo Romão - Com certeza. Como eu falei até pros alunos do Projeto Guri, infelizmente a gente tem inúmeros grupos culturais, nas mais diversificadas áreas, que não recebem o devido valor, não são devidamente, não reconhecidos, mas simplesmente conhecidos. A população não tem noção do tipo de projeto que existe dentro da cidade pra essas áreas, então é importante que tenha isso pra que esses grupos comecem a interagir entre si, mostrar quanto são importantes, como o seu trabalho é positivo pra cidade, e esse é um dos caminhos que a gente pode utilizar pra atingir esse objetivo.

Casa do Escritor - Fazendo parte de um grupo cultural, como a Casa do Escritor, e da educação, qual você acha que seria a solução?
Paulo - Eu acho que é esse trabalho em equipe, a gente poderia dizer até um cooperativismo entre todas as entidades, e quando falo todas as entidades não me refiro só a grupos culturais, mas escolas, até mesmo entre empresas, em atividades que podem beneficiar a todos os lados, acho que essa seria a grande chave pra ajudar a resolver os problemas que a sociedade enfrenta. Uma empresa que beneficie os alunos transformando eles em estagiários, estaria ganhando muito com isso e evitando a evasão escolar do aluno, que tem que parar de estudar pra trabalhar. Do mesmo modo, uma atividade cultural como o teatro, música, pode ajudar na divulgação de uma empresa, vai ajudar nos conteúdos da escola, porque a arte permeia todas as áreas, desde a história, filosofia, né? E do mesmo modo, o grupo cultural sai ganhando porque é mais um membro, é mais um apreciador da arte, mais alguém pra lutar por seus ideais.

Casa do Escritor - Você acredita, como palestrante, que as pessoas e os alunos que estiveram presentes vão se sentir entusiasmado pra participar das reuniões da Casa do Escritor e, além da música, trabalhar também com a literatura?
Paulo - Tanto vão, quanto comentaram, perguntaram horário de funcionamento, perguntaram das outras atividades da Associações Cultural da cidade. Eles transformaram a palestra em um verdadeiro bate-papo. Essa foi a grande marca da atividade, né? Eles mostraram mais ativos, do que simplesmente uma plateia que chega, ouve e vai embora sem ter assimilado nada. Eles mostraram que tinham interesse, que aquilo fazia parte do que eles têm por objetivos.

Casa do Escritor - Você acha possível levar esse tipo de palestra para outras escolas ou para outros grupos como o Projeto Guri?
Paulo - Sim, desde que a gente adeque sua temática, sua abordagem, como, por exemplo, pra eles foi música e literatura, mas acho que mostrar que a literatura tem a ver com a arquitetura, que tem a ver com história, com filosofia, que tem a ver com matemática, que tem a ver com dança, com teatro é totalmente fácil, porque a grande vantagem da arte é essa: ela não tem limites. Então você pode relacioná-la a qualquer assunto, a gente tem obras sobre qualquer tipo de coisa, especialmente literatura, e mostrar que a gente também pode fazer parte desses elos que a literatura tem com qualquer assunto.

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