sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Escritor Jorge Abdalla concede entrevista ao blog Over Shock

Confira abaixo a entrevista realizada pelo blog Over Shock, em parceria com o blog da Casa do Escritor Pinhalense “Edgard Cavalheiro”, com o escritor pinhalense Jorge Abadalla, autor de Iniciação ao Sete, durante a I Semana Edgard Cavalheiro:

Over Shock (Ricardo Biazotto) Jorge, para iniciar essa entrevista, comente um pouco sobre como foi sua entrada na literatura. Esse é um sonho recente ou já veio da mais longínqua infância?
Jorge Abdalla – Isso já veio de longe. Diria que, provavelmente, com as primeiras poesias na adolescência, as primeiras paixões. Na verdade a primeira poesia que eu fiz foi baseada em poemas de Camões. Então ele era todo certinho, decassílabo, depois que a gente foi entrando para modernidade. Da poesia eu fui para o conto, me apaixonei pelas histórias, escrevi algumas peças de teatro, e essa também foi outra paixão adolescente que eu trago até hoje que é o amor pelo teatro. Então eu hoje trabalho também com teatro, como ator, como diretor, e escrevo algumas peças. Todo ano eu monto pelo menos uma peça de teatro.

Over Shock (Ricardo Biazotto)Iniciação ao Sete surgiu de que forma?
Jorge – Iniciação ao Sete surgiu de uma forma muito interessante, porque a princípio os contos eram orais. Eu inventava os contos e contava para os amigos numa mesa de bar, numa hora descontraída, conversando. Aí inventei o primeiro, o pessoal gostou. Inventei o segundo, o terceiro, até chegar o sete. Talvez por isso tenha dado o nome de Iniciação ao Sete. Os sete primeiros contos que abrem, que é o primeiro capítulo do livro, começaram sendo contados para os amigos. Aí eu me proibi, eu falei: “enquanto você, Jorge, não escrever os sete contos você não vai inventar mais”. Aí eu escrevi os sete contos, só a partir daí continuei inventando os outros, mas aí eu já passei a escrever direto, então veio a segunda série de sete, a terceiro série de sete, a quarta série de sete. Nesse livro estão as quatro primeiras séries de sete contos, então são 28 contos. Alguns mais infanto-juvenis, outros bem experimentais, até na linguagem, palavras novas, algumas frases novas, e outros são de fundo mais psicológico. E eu deixei um capítulo só para contos que já foram premiados em algum concurso, algum edital, coisas do tipo.

Over Shock (Ricardo Biazotto)Olhando o livro dá pra perceber que possui uma diagramação bem interessante, com algumas ilustrações e tal. Como foi essa preparação?
Jorge – Ah, isso também foi outra coisa muito gostosa. Como eu tenho essa coisa do teatro, que eu gosto muito, eu falei: “Eu quero ilustrar o meu livro com desenhos feitos por crianças”. Então eu escolhi alguns contos, fui até uma escola pública, contei pra algumas classes de alunos de 5ª, 6ª, 7ª, 8ª séries, e a partir da narrativa eles fizeram os desenhos. Eu escolhi alguns desenhos, e depois coloquei no livro com o nome deles, com a idade, com a sala. E foi uma experiência muito legal.
Depois eu voltei na escola, entreguei os livros, a escola me recebeu assim de uma forma brilhante. Até me surpreendeu, porque quando eu cheguei na escola, o diretor tinha colocado a escola inteira, que tinha de 600 a 1000 alunos, no pátio e eu fui recebido com palmas e no fim, cada um daqueles alunos que colocaram sua ilustração no livro, acabaram sendo meus coautores, com seus dez anos, onze anos, doze anos. Foi muito legal!

Over Shock (Ricardo Biazotto)Como se deu a publicação dessa obra? Você encontrou algum tipo de dificuldade ou foi fácil?
Jorge – Então, na verdade eu esperei um tempo, porque não sabia direito como eu ia fazer. Aí apareceu um edital da Secretaria de Cultura de Estado, através de um programa que chama ProAc, que é Programa de Ação Cultural. Eu falei: “bom, eu tô com o livro pronto, vou arriscar concorrer, né?”. E foi escolhido, pela Secretaria pra ser publicado em 2011, aí até o processo todo de conseguir fazer como eu queria, achar editora e tudo, eu acabei conseguindo publicar ele no comecinho desse ano. Então isso foi gratificante para mim, porque como passou por uma escolha pela Secretaria de Cultura de Estado, eu falei: “puxa vida, então eles não são tão ruins assim, né?”. Então teve algum reconhecimento, isso foi muito gratificante pra mim.

Over Shock (Ricardo Biazotto)Qual a sua sensação ao lançar Iniciação ao Sete na primeira Semana Edgard Cavalheiro aqui em Espírito Santo do Pinhal?
Jorge – Ah, pra mim foi o máximo! Puxa vida, a cidade que eu nasci; revi muitos amigos, lembrei muitas histórias que estavam meio adormecidas na minha memória, os meus companheiros de teatro, os meus companheiros de COJOP, parentes, amigos de futebol, de muita coisa assim que estava meio esquecido na minha memória, tudo isso foi reanimado. E o mais emocionante foi hoje: eu encontrei a minha professora de primeiro ano primário, Dona Carmela Belcuore, foi assim muito emocionante. Ela veio com a irmã, foi assim delicioso, fiquei muito feliz.

Over Shock (Ricardo Biazotto)Para encerrar, gostaria que você comentasse um pouco sobre os seus futuros projetos ligados à literatura.
Jorge – Então, eu continuo escrevendo os meus contos, tenho um conjunto de poesia que eu ainda não publiquei assim como uma obra só de poesia. Esse livro tem algumas poesias, mas são apenas para abrir os capítulos. Tenho os meus textos de teatro. Então eu não vou fazer assim um plano fechado, mas eu continuo escrevendo, e assim como o destino me abriu essa porta, vou esperar o momento certo pra que eu possa lançar o próximo livro.

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